O CRIME DA MALA DE 1928



Olá pessoal...

Esse post traz mais um crime envolvendo mala no Brasil. Se vocês estão acostumados a ver nos noticiários crimes envolvendo mala e alguns deles vou relatar aqui no blog, não imaginam o que esse crime causou em pleno 1928! 

O ponto de partida dessa tragédia se dá quando Giuseppe Pistone conhece Maria Mercedes Fea numa viagem de navio da Itália para Argentina, onde reside parte da família de Maria Fea em 1926.

Não demora muito para os dois engatarem um romance e se casarem em curto espaço de tempo, em 1928, a contragosto da família de Maria Fea, em Buenos Aires.



Um mês depois do casamento, Maria Fea comunica sua gravidez ao Giuseppe que animado entrou em contato com seu parente distante Francisco Pistone para trabalhar em seus negócios no Brasil determinado a dar uma vida melhor a sua nova família que estava prestes a ser formada.

Ao chegar no Brasil Giuseppe Pistone mente para o seu parente dizendo que tinha uma herança no valor de 15 mil libras e que iria investir nos negócios dele. Animado, Francisco dá um emprego em sua loja para Giuseppe sem perceber que na verdade tudo se passava de um golpe que ele iria sofrer futuramente.

Não demora muito para que essa história chegasse aos ouvidos de Maria Fea, que assustada e preocupada resolve escrever uma carta para sua sogra alertando sobre o golpe de Giuseppe Pistone iria dar em Francisco Pistone.


Mas a carta ela não enviou no mesmo dia e ela resolveu enviá-la aos correios no dia seguinte e seus planos acabou dando errado quando a carta foi parar em mãos erradas: nas mãos de Giuseppe Pistone. Pobre Maria Fea que ao escrever essa carta, assinou sua sentença de morte.

 Na manhã do dia 4 de outubro de 1928, ao ler a carta escrita por Maria Fea revelando o golpe que ele próprio iria dar em Francisco Pistone e ainda endereçada para sua mãe, Giuseppe Pistone, ficou tomado de raiva e logo iniciou uma calorosa discussão e matou-a logo em seguida.

Ao perceber que Maria Fea estava morta, desesperado, resolveu dar uma solução maquiavélica para esconder o corpo de sua esposa: colocá-lo dentro de uma mala e despachá-la para França.

Tudo estava correndo muito bem quando deparou-se num obstáculo: o corpo não coube na mala, forçando Giuseppe a quebrar o pescoço e cortar os joelhos para que pudesse caber logo na mala e para que ninguém desconfiasse de nada, colocou todas as roupas da sua esposa dentro dela e fechou com cordas e cadeado.

Em seguida endereçou a mala e colocou nome falso no destinatário como Ferrero Francesco, para Bourdox, França que seria embarcada no navio Massilia.

Mas quando a bagagem chegou no porto de Santos para finalmente ser embarcada para o seu destino, algo inusitado acontece: a rede de içamento das bagagens se rompe pelo peso da mala de Giuseppe Pistone estava se rompe ocasionando a queda de todas as bagagens no chão do cais.

Com a mala no chão, não demora para que todos notem o sangue saindo de dentro da mala e o cheiro forte que saía de dentro dela. Os marinheiros ao perceberem esse detalhe, comunica ao capitão do navio o ocorrido e sem pensar duas vezes, a mala foi aberta e foi revelado a todos os presentes o crime com requintes de crueldade: o corpo de uma mulher esquartejada em estado de decomposição.

Dias depois foi realizada a autópsia que indicou que Maria Fea morreu por esganadura ou sufocamento e que estava grávida de seis meses.

Segundo testemunhas, ouviram gritos de discussão no dia do crime. Giuseppe alegou que ele descobriu a traição de sua esposa que se encontrava com um amante em seu apartamento e por ciúmes acabou matando Maria Fea.


Em 15 de julho de 1931, Giuseppe Pistone foi condenado a 31 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver. Em 13 de junho de 1944, recebeu uma redução de pena para 2o anos e foi colocado em liberdade condicional e em 1948, sua pena foi considerada cumprida.

Foi morar em Taubaté, onde trabalhou como zelador em um prédio e se casou novamente em 1949. Em 1956, faleceu deixando com a esposa uma carta revelando a verdade do crime que cometera em 1928.

O corpo de Maria Fea foi sepultado no cemitério da Filosofia, conhecido como Saboó, localizado no bairro de Saboó, em Santos, São Paulo.





Seu túmulo virou alvo de visitações e a Maria Fea foi direcionada alguns milagres e graças alcançadas e posteriormente, foi erguido um altar para ela no cemitério.

A seguir um link para que vocês possam conhecer com maiores detalhes sobre esse crime que marcou o país em 1928:

clique aqui


Esse foi o breve relato do caso que ficou conhecido como Crime da Mala de 1928.

Até mais...



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