EDIFÍCIO MARTINELLI: DOIS LADOS DE SUA BELEZA



Olá, pessoal...


Esse post vai relatar para vocês os dois lados da beleza de um edifício de São Paulo. Cuja beleza que guarda para si muito mistério...

Um edifício que seria somente um marco para sociedade paulistana teve período de nostalgia e decadência. Vou relatar os dois períodos para que possam compreender os dois lados desse lindo cartão postal da cidade.

Vocês devem estar perguntando: mas qual cartão postal das cidades que não tem seus mistérios? 

É justamente nesse momento que iniciamos o relato voltando para o ano de 1922, no centro de São Paulo, época do Movimento Modernista que assolava a cidade para valorizar a cultura brasileira em protesto aos costumes europeus que muitas cidades adotaram.



Justamente nesse ano, que o edifício Martinelli começou a ser construído. Mas antes de relatar a sua construção, partiremos para o autor dela: Giuseppe Martinelli. Vocês sabem quem foi esse grande empresário ítalo-americano?


Giuseppe Martinelli chegou ao Brasil em 1893, em Santos com único objetivo em sua mente: Prosperar no país.

Primeiramente, trabalhou como açougueiro aprendendo a funções com facilidade e logo partiu para o ramo de navegação, onde ele percebeu a precariedade no transporte de produtos agrícolas a serem exportados para a Europa.
A partir daí, surgiu sua primeira empresa brasileira Lloyed National que em 1922, chegou a possuir 22 navios.

E foi justamente na construção civil que Martinelli finalmente pôde concretizar seu sonho. Não demorou muito para ele colocá-lo em prática e sem ele saber o seu empreendimento ficaria por anos sendo o maior do país e da América Latina.

Em 1922, começa a ser construído um lindo e imponente edifício mas Martinelli colocou uma condição de que seria o edifício com luxo e charme que envolveria e encantasse aos olhos da sociedade paulistana e brasileira.

Martinelli desde início deixou claro que seu pensamento era muito avançado para o seu tempo e que teria dificuldades de quebrar tabus que ali existia, pois na cidade não havia edificações alguma e muito menos daquele porte que ele tanto desejava tirar do papel.

Tanto que durante a construção, surgiu obstáculos o mais famoso deles foi quando ele foi embargado em 1928, as autoridades alegaram risco de desabamento pela altura que ele estava atingindo.



Diante dessa situação perto de ser finalizada, Martinelli negociou e ainda mostrou para as autoridades que o edifício não apresentaria risco algum alegando que no último andar seria construída uma grande mansão no qual ele iria residir nele para comprovar ausência de risco não somente ao edifício como para a cidade em si.

Vale lembrar que na época do embargue, o edifício possuía 20 andares. Martinelli queria muito mais e sugeriu que fosse utilizados na construção seguinte, materiais mais leves e resistentes.








Em 1928, a obra alcançou 25 andares e Martinelli ainda não se deu por satisfeito e pediu mais 5 andares e ainda a conclusão de sua mansão bem no topo do edifício para mostrar a todos a resistência do edifício desmistificando a opinião dos populares que acompanharam admirados a conclusão de sua obra consideravelmente "faraônica" para a época.

Após a inauguração do edifício em 1929, Martinelli muda-se para lá com sua família feliz por ter seu sonho concretizado. Mas vocês pensam que essa história acaba aqui e o Martinelli viveu feliz para sempre como no conto de fadas? Negativo!

Saibam que em 1929 o mundo deparou-se com uma grande crise financeira que pegou a todos de surpresa: a Queda da Bolsa de Valores de Nova York. Muitas pessoas ricas que investiram suas economias pesadamente nela, tiveram prejuízos gigantescos levando-os à total miséria.

Investidores em São Paulo na época, não puderam comprar imóveis algum e muito menos morar no mais novo edifício da cidade por não terem capital suficiente para isso e Martinelli sentiu o peso da realidade em sua porta.

Mas, para contornar a situação, ele cedeu outra parte do edifício para instalação de um hotel para classes mais ricas e medianas da cidade. Não contente, instalou cinema, confeitaria e algumas lojas no térreo para que pudesse sair do prejuízo e controlar a crise financeira.

Até no salão principal haviam festas e apresentações para atrair maior número de visitantes e frequentadores no local.

Se vocês pensaram que o pesadelo acabou e Martinelli poderia enfim descansar em paz, enganaram-se. Surgiu no caminho dele mais uma pedra gigantesca: A Segunda Guerra Mundial.

Mas até a Guerra conseguiu impedir o sucesso de Martinelli? Sim e vou explicar agora o porque...

Durante a Segunda Guerra Mundial assolando os países afora, os italianos resolveram colocar as mangas de fora com uma idéia "brilhante" de atacar e afundar os navios de guerra brasileiros. Estratagema nada convencional para os estudiosos de guerra não é mesmo?

Mas para os descendentes italianos a brincadeira custou muito caro: o governo brasileiro diante desse triste episódio, vale lembrar que pessoas morreram nesse ataque dos navios, tomou uma medida muito drástica: mandou confiscar todos os bens dos italianos residentes do país e no caso do Martinelli, meus caros leitores, ele acabou perdendo o seu lindo edifício para o governo e não contente com isso, colocou logo em seguida em leilão.

Martinelli depois de tanta luta para levantar seu edifício dos sonhos, viu seu lindo castelo de areia ser destruído. Ele saiu do prédio com sua família e ainda pediu para o motorista se caso houvesse necessidade de transitar no centro para que não passasse nas proximidades do edifício quando ele estivesse no carro.

Começa a partir de então a decadência, a segunda face do belo edifício:

No dia 9 de março de 1947, começa onda de crimes sem solução que assolou a fama de mal assombrado esse lindo e magnífico edifício que é o cartão postal da cidade.

Em 1947, um adolescente chamado Davilson Gesilek de 14 anos foi encontrado morto e em seu corpo havia sinais de ferimentos, estava sem paletó e calças descidas. Conforme as investigações realizadas, o adolescente trabalhava na alfaiataria na rua Senador Feijó e fazia entregas das encomendas diariamente e no dia do crime saiu para efetuar entregas e não retornou mais no estabelecimento, deixando seus pais preocupados.

Dias depois, após as investigações um homem foi preso cujo codinome Meia-Noite assumiu a autoria do crime e não revelou o motivo.

Se vocês estão achando que somente esse crime afetou a imagem positiva do edifício Martinelli, preparem-se para o que vem logo a seguir:





No dia 30 de junho de 1965, outro crime rondou o edifício Martinelli novamente e dessa vez a polícia foi chamada para atender essa ocorrência. Uma mulher foi encontrada morta no terreno vizinho do edifício e dividiu o seu desfecho em duas hipóteses nada agradáveis:

A primeira é que Neide entrou sem ser notada no edifício e subiu até o último andar e de lá, se jogou. A segunda é que ela entrou acompanhada de um homem para o 17º andar, matou-a e subiu com o corpo para o último andar e de lá atirou o corpo caindo no terreno vizinho com a finalidade dele não ser reconhecido ou encontrado. O assassino foi muito cuidadoso e não deixou rastros para ser encontrado pela polícia.

Mas durante as investigações sobre esse crime, a polícia descobriu que Neide não entrou sozinha no edifício como de início suspeitava. Ela foi vista entrando na companhia de um homem de sotaque estrangeiro e depois, somente o homem saiu do local sem a presença da mulher.

Outra informação que a polícia conseguiu foi que a mulher residia na rua Barão de Limeira e ela era de vida desregrada e nos últimos dias estava de romance com um estelionatário argentino, cuja identidade não foi revelada.

Próximo ao corpo foi encontrado um porta-moedas e chave do apartamento onde Neide morava. A polícia não conseguiu localizar o homem com quem ela tinha romance e encerrou o caso como sem solução.

Pensam que acabou? Sinto informar a vocês que ainda não. Outro crime em 9 de agosto de 1972, fez a polícia comparecer novamente no local.

A vítima da vez foi uma adolescente de 17 anos, chamada Rosa dos Santos, loira e muito bonita. Seu corpo foi localizado por um funcionário de um banco que estava fazendo hora extra e ouviu um forte barulho e ao sair para averiguar o ocorrido, deparou-se com um corpo de uma adolescente caído na calçada.

Testemunhas disseram à polícia que a jovem fora vista acompanhada de um homem saindo do Hotel São Bento e entrando no edifício Martinelli. E depois viram o mesmo homem saindo apressadamente do local.

A polícia não conseguiu identificar o assassino e o caso foi arquivado sem solução.

Anos mais tarde o edifício sofreu mudanças de prédio residencial para comercial, obrigando as pessoas que ali moravam procurarem outro local para morar.

O edifício já abrigou vários escritórios e atualmente ainda está abrigando um órgão público. E consigo fatos inusitados e sem explicação ocorrem sempre após o expediente.

- Portas e janelas que abrem e fecham sozinhas;

- Aparições do garoto Davilson nos corredores do prédio e principalmente próximo ao elevador;

- Aparições da loira do Martinelli que segundo as pessoas que presenciaram, podem tratar de Rosa dos Santos que foi assassinada no local, no qual aparece vestida de branco e com os cabelos cobrindo seu rosto.

Vocês podem visitar o edifício nos horários marcados para conhecer por dentro esse lindo edifício e se tiverem sorte presenciar esses fenômenos de perto.

E para conhecer esse lado sombrio do edifício, segue a abaixo um link de um documentário para que vocês possam criar coragem para fazer uma visitinha:

clique aqui

Esse foi um breve relato sobre o Edifício Martinelli e as duas faces de sua beleza magnífica.

Até mais...


























Comentários

  1. Muito interessante essa matéria, mas Giuseppe Martinelli era ítalo brasileiro e não americano.

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  2. Um prédio lindíssima. Uma atmosfera pesada,mas vale a pena moraria ali tranquilamente. Inclusive na mansão.

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