O LADO OBSCURO DE MARIA PADILHA

Olá, pessoal...

Esse post traz para vocês uma personagem sombria que não pode ficar de fora do nosso Blog.

Uma mulher misteriosa, poderosa e sedutora, de feiticeira à rainha e mesmo depois de sua morte, ainda demonstra poderes e prestígio de quem a invoca.

Se vocês gostam de histórias verídicas e sombrias, sejam bem vindos e confiram pois a viagem começa a partir de agora ...

Maria Padilla nasceu em 1334 em Astudillo, Palência, Espanha onde passou sua infância e adolescência. Ela era oriunda de uma família poderosa e de muita influência na sociedade medieval na época.

Da outra ponta do triângulo para complementar a história que não é conto de fadas, está  D. Pedro de Castella, rei da Espanha, "o cruel". Assim ele foi denominado pela povo espanhol nas cidades  por onde ele passou e sua carreira militar no qual colecionou vitórias e mortes pelo caminho.

O rei viveu entre 1300 e 1400. Desde a adolescência estava prometido para uma dama oriunda da corte francesa, Blanca de Bourbon. Cujo casamento lhe renderia poderes políticos para as cortes espanhola e portuguesa durante o seu reinado.

E para fechar o triângulo na outra ponta está Blanca de Borbon, que complementa o tempero sombrio  de uma receita nada digesta.

Oriunda de uma família poderosa de Bourbon na França, passou sua infância e juventude sob os cuidados de preceptores contratados pelos seus pais para que ela tivesse uma educação exemplar e que fosse muito bem preparada para ter um casamento privilegiado e bem sucedido. 

Ressalta-se que naquela época as mulheres nasciam e cresciam se preparando para se dedicarem ao casamento, ter filhos e serem bem sucedidas no trono ao lado de seus maridos.

Em 1350, D. Pedro começou a não sentir mais interesse em se casar com Blanca de Bourbon por amor. Seu coração passou a ter uma eleita à altura: Maria Padilla.

Esse romance iria ter um preço bem caro: o peso que D. Pedro de Castella carrega consigo. Ele era oriundo de família nobre, filho do rei D. Afonso XVI e da rainha Maria de Portugal e a sucessão foi crucial para manter o romance com Maria Padilla em segredo.

Começou a partir de então o triângulo amoroso sombrio.

Maria Padilla era uma poderosa e notória feiticeira, conhecida por todos pelos serviços prestados na corte. Até que em um determinado serviço prestado à rainha, lhe rendeu uma larga recompensa irrecusável, naquela época ninguém negava um pedido de uma rainha. 

Maria Padilla em um serviço particular prestado a rainha que resultou bons frutos, foi recompensada com um cargo de dama de companhia ao lado de sua cliente preferencial: rainha Maria de Portugal.

Permanecendo diariamente no palácio, não demorou muito para que Maria Padilla conhecesse Pedro de Castella, que foi amor à primeira vista.

Em uma noite enluarada, ela foi até o jardim numa árvore qualquer e efetuou um feitiço singelo de amor utilizando um espelho que para ela seria um espelho mágico. No dia seguinte, ela presenteou o amado com o espelho. A magia está justamente a cada vez que o rapaz se olhasse no espelho, imediatamente ficaria cada vez mais apaixonado por Maria Padilha.

Maria Padilha não trabalhava sozinha em suas magias, ela contava sempre com a ajuda de uma pessoa especial no qual lhe ensinou tudo sobre ocultismo e era um judeu que ela sempre o chamava de mestre ou mago.

Em uma das suas aulas, ela aprendeu tudo magias do amor. Ela não queria prejudicar ninguém, mas, seria capaz de  fazer tudo por amor.

Nesse encontro com seu mestre, ela aprendeu algo que marcou sua vida para sempre: a arte da Magia Negra - Goétia.

Como ela queria muito viver esse grande amor ao lado de Pedro de Castella, ela necessitava de um lugar como ninho de amor dos dois. Portanto, como presente ela pediu um lindo castelo onde eles poderiam se encontrar sem serem incomodados por ninguém.

Prontamente, Pedro de Castella mandou construir um lindo castelo em Sevilla, conforme o desejo de sua amada. Com arquitetura gótica e decoração com toques de Maria Padilha.

Assim que a obra ficou concluída, ela passou a viver no local como Rainha Maria Padilha.

Nos períodos em que Pedro de Castella não poderia se encontrar com ela, a moça aproveitou para se aprofundar nos estudos e passou a procurar alguém para ficar com ela no local e prosseguir nos estudos de magia negra.

Ela mandou chamar uma mulher poderosa que foi perseguida pela Inquisição suspeita de estar envolvida com bruxarias, mas com ausências de provas, ela acabou sendo absolvida e liberada: bruxa de Andaluzia.

Foi através dela que Maria Padilha intensificou seus estudos de Magia Negra e encantamentos amorosos. A bruxa pediu para que Maria fosse até uma igreja e lhe trouxesse um objeto sagrado que pertencia a um santo poderoso.

Assim que Maria entregou o objeto sagrado a bruxa, ela a orientou em tudo para que saísse exatamente como desejava.

Era um plano para ter Pedro definitivamente ao lado de Maria Padilha e tirar um obstáculo importante do seu caminho: Branca de Bourbon.

Será que um objeto de um santo poderoso seria mesmo capaz de tirar uma pessoa do caminho?

A bruxa tinha poderes sombrios e misteriosos. Ela sabia que o rei ganhou de presente de sua noiva um cinto que ele não desgrudava dele por um minuto sequer. 

E o objeto do santo poderoso nada mais é que um cinto sagrado no qual a bruxa fez um preparo mágico com ele. E também utilizou uma pedra de chumbo no qual mergulhou por diversas vezes até ficar no ponto desejado. 

Ela grudou a pedra junto ao cinto e levou para o seu mestre prosseguir na magia. Quando finalmente ficou pronto, ele pediu para que ela fosse até o quarto de Pedro e colocasse o cinto magiado no lugar do verdadeiro para que ele usasse no dia do casamento.

Quando a troca foi efetuada, Maria foi até o nicho de São Crispin e ali permaneceu aguardando o efeito do resultado.

Durante a cerimônia do casamento de Pedro de Castella e Branca de Bourbon diante do bispo o cinto se transformou em uma cobra venenosa pronta para picar o rei. O cinto era exatamente igual ao que ele tinha sido presenteado por Branca.

Todos que estavam presentes na cerimônia ficaram assustados com a cena sombria e Pedro de Castella abandonou Branca após o casamento e ordenou que a moça fosse executada por bruxaria.

Logo após a morte de Branca de Bourbon por decapitação, Pedro foi viver com Maria Padilha que a decretou rainha.

Tempos depois, o romance não durou muito tempo e foi interrompido de forma inesperada: Maria Padilha morreu e segundo relatos populares, vítima da peste negra. 

Ela teve cerimônia e funeral digno de uma rainha e foi sepultada no jardim do palácio. 

Anos antes da morte de Maria Padilha, Pedro ordenou outra morte especial: a do seu irmão bastardo D. Fradique que era mestre de Santiago de Campostela.

Pedro de Castella foi assassinado por seu irmão bastardo D. Henrique em Montiel, no qual foi coroado logo em seguida.

O corpo do rei foi deposto e sepultado em frente à sepultura de Maria Padilha. E no local foi erguido duas estátuas posicionadas uma de frente para outra para que os amantes nunca deixassem de olhar um para o outro.

A partir desse momento começa o lado sombrio que irá ser revelado...

Tempos depois de sua morte, Maria Padilha não pôde entrar no Reino dos Céus devido suas práticas obscuras.

Ela permaneceu no Reino das Trevas ao lado do Rei das Encruzilhadas onde passou a comandar uma grande falange de exus femininas na qual passou a ensinar e orientar todas elas para que atendessem todos os pedidos que lhe forem invocados.

Sua cor favorita é o vermelho.

Eis a imagem de uma oferenda direcionada à Rainha Maria Padilha:

Esse foi um singelo relato de uma jovem feiticeira à rainha que mesmo depois da morte, emana seus poderes em nome do amor.

Até mais ...