CRIME E MISTÉRIO NO CASTELO DA RUA APA EM SÃO PAULO




Olá pessoal ...

Esse post traz para vocês um caso enigmático, trágico e sem solução que marcou a história de São Paulo: O Castelinho da Rua Apa.

Um triplo homicídio sem solução que dividiu opinião pública e emocionou os paulistanos no dia 12 de maio de 1937, no qual três eram membros de uma família tradicional e mais respeitada no círculo social na época.



Como tudo isso ocorreu, porque o caso ficou sem solução e o castelinho ficou tão degradado ao longo do tempo? Querem saber as respostas? Leiam e confiram a partir de agora, voltando no túnel do tempo para 1937.

O castelinho foi projetado e construído no estilo medieval com arquitetura francesa em 1912, com requintes de detalhes que embelezou o imóvel e chamou a atenção da vizinhança. Essa construção do castelinho foi idealizada por Virgílio Cesar dos Reis, que era professor e inspetor sanitário, para presentear sua esposa Maria Cândida Guimarães dos Reis, querida e conhecida por todos como Dona Candinha, foi professora numa antiga escola no bairro de Santa Ifigênia até 1893.

O imóvel está localizado na Avenida São João, esquina com a rua Apa, no bairro de Santa Cecília zona central de São Paulo. Denota-se que nessa época era comum e chique morar no centro de São Paulo porque era considerado o centro financeiro da cidade.



De início, o casal e os filhos tinham um relacionamento harmonioso, eram unidos e felizes. Com a morte de Virgílio, em 1934, pesou para os filhos a missão de administrar os bens deixados por ele para que eles pudessem ter uma vida mais sossegada e harmoniosa.

Os irmãos Álvaro e Armando Cesar dos Reis se formaram advogados pela Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco. Mas enganam-se que eles eram amigáveis entre si. Eles sempre tinham desavenças devido a personalidade e pensamento diferenciado: Álvaro era boêmio, despojado e pensamentos futuristas. Já o seu irmão era discreto, conservador e responsável pelos negócios da família.


Na foto acima Armando está sentado e seu irmão Álvaro encostado no pára-lamas do carro. Sua mãe, é a primeira da esquerda para direita e dentro do veículo está Virgílio. Uma das raras fotos de família.

Álvaro na época tinha 45 anos, além de advogado era esportista e namorava há 1o anos com Maria Candida Cunha Bueno e não morava no castelinho com sua mãe e seu irmão também não residia no local.

No imóvel da família, também funcionava o escritório de advocacia dos irmãos até o dia do crime.

Vale ressaltar que além do castelinho, haviam muitas propriedades em nome da família sendo um deles o palco da discórdia no qual vou relatar a seguir.

O irmão mais velho, viajava com frequentemente para Europa para praticar esportes, um deles era patinação e na época ele venceu o campeonato. E voltou para o Brasil com ideia inovadora que não foi aceita de imediato pelo irmão Armando.

A ideia era demolir o Cine Broadway de propriedade da família para construir um grande centro de patinação, pois não havia na cidade e isso poderia gerar muitos lucros e grande procura. Armando era contra por custar muito caro e causar prejuízos financeiros e os dois começaram sempre a se desentender quando o assunto era mencionado entre ambos.

No dia 12 de maio de 1937, Álvaro recebeu uma ligação misteriosa para que ele comparecesse sem falta no castelinho para uma reunião familiar. Desconfiado e muito preocupado, ele foi ao local armado e mal poderia imaginar que estava indo de encontro com a morte.

Uma calorosa discussão iniciou entre Álvaro e Armando possivelmente pela não autorização da construção de um ringue de patinação proposto por Álvaro.

No meio da discussão, Maria Cândida que na época tinha 73 anos, surgiu no escritório para tentar separar os irmãos e apartar a briga, porém acabou sendo atingida a tiros e morreu na hora no local. Armando fora atingido no peito e morreu também no local instantaneamente.



Já Álvaro no momento de sua morte e das duas pessoas, causou divergências: uma é que Álvaro matou a mãe e o irmão e se suicidou logo em seguida. Outra aponta que Maria Cândida, Armando e Álvaro foram assassinados.

O motivo da divergência durante as investigações foi detectado no corpo de Armando duas perfurações de balas de revólveres de calibres diferentes:  uma de pistola alemã Mauser 9 mm e outra de uma Magnum Parabellum que segundo registros oficiais nunca foi localizada, dando a entender que havia a possibilidade da presença de uma quarta pessoa na cena do crime.


E para piorar ainda mais a situação, no corpo de Álvaro havia duas perfurações de bala de diferentes calibres. Se a polícia na época manteve a tese na qual Álvaro cometeu homicídio seguido de suicídio, como explicar o fato dele antes de morrer matar a mãe com três tiros, o irmão com um único tiro a queima roupa e logo em seguida dar um tiro no peito e outro na cabeça?

Como explicar outro detalhe despercebido, a troca de tiros no local do crime: balas na estante e outra na parede numa distância completamente surreal. Nos registros oficiais os irmãos estavam distantes um do outro e já nos autos mostraram que os irmãos estavam um de frente do outro.

Se no calor da discussão entre irmãos, um deles seria capaz de matar com três tiros a própria mãe já que ela estava perto deles na tentativa de apaziguar o conflito?

Onde estava a empregada da casa no dia do crime? Onde foi parar a segunda arma do crime? Quem ligou para Álvaro solicitando a presença dele na casa? Quem estava na casa horas antes do crime? Quem falsificou as promissórias da família alegando que estavam em crise financeira, se eles eram proprietários de muitas propriedades e um cinema? E a última pergunta a ser esclarecida: por que os familiares não foram interrogados pela polícia, será que um deles era o mandante do crime?

A opinião pública nunca se conformou com a conclusão do inquérito, onde Álvaro Cesar dos Reis mantou a tiros seu irmão e sua mãe e suicidando-se logo em seguida.

Como os irmãos não tinham herdeiros legítimos pois eram solteiros, iniciou entre os familiares uma longa guerra judicial para conseguir apossar de todos os bens da família. Mas um decreto do governo Getúlio Vargas coloca o ponto final nessa guerra onde herdeiros colaterais como sobrinhos e primos não tinham direito a herdar nada.

Em 1951, a Receita Federal ocupou o imóvel e toda a mobília foi leiloada.

Ao longo de décadas o imóvel ficou abandonado, transformado em depósito de sucatas e ferro velho. Mas na década de 1990, Maria Eulina se interessou pelo local e entrou com o pedido de tombamento e restauração do local. Em 1997 o espaço foi cedido à ela para que finalmente pudesse dar início ao seu projeto.


Em 2004, o imóvel foi tombado com as péssimas condições foi comprado um imóvel ao lado do castelinho para que enquanto as obras pudessem ser inciadas ela tivesse condições de dar continuidade aos seus trabalhos sociais, que atualmente conta com ajuda de empresas particulares.

Vocês pensam que terminou? Começa nesse momento a parte mais interessante dessa misteriosa história ...

Quando o imóvel entrou no período de total decadência, ele passou a ser ocupado por moradores de rua, catadores de materiais recicláveis.

Mas ao anoitecer no local, algo inusitado ocorre sem explicação:

Muitos relataram ter ouvido ruídos, gritos, gemidos, barulhos de corrente se arrastando no corredor. 

José Mojica Marins (conhecido como Zé do Caixão), também esteve no local e quando estava filmando nas dependências, segundo ele, sofreu um acidente no qual um assoalho caiu próximo dele, fazendo com que os bombeiros derrubassem todo o assoalho do andar superior da construção, para evitar novos acidentes.

Segue abaixo links sobre o crime e relato de quem esteve realmente no local, veja e tire suas conclusões:

clique aqui

Esse foi mais um breve relato de um crime sem solução marcou a história de São Paulo no dia 12 de maio de 1937.

Até mais ...






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