A COROA MALDITA







Olá, pessoal ...

Não basta colocar a coroa na cabeça e governar, muito menos estar cercados de luxos, riquezas e súditos por todos os lados.

O peso da coroa significa poder, glória e maldição.

Esse post deixará claro para os amantes de história de reinados e dinastias onde reis e rainhas que assumiram o trono e sentiram na pele o poder obscuro e sombrio da coroa em suas cabeças.

Se vocês gostam de maldições envolvendo reis e rainhas, sejam bem vindos e confiram pois a viagem começa a partir de agora...


CZAR NICOLAU  II e os ROMANOVS :







A Rússia tem muita história para nos contar, nem sempre essa história é contada na íntegra para nós.

O motivo desse czar estar na lista é único: maldição.

Tudo começou quando Nicolau casou-se com Alexandra da Prússia (atual Alemanha) em 1894. A esperança era de que dessa união produzisse filhos varões que iriam concorrer à sucessão da coroa.





Por ironia do destino, o casal teve quatro filhas: Olga, Tatiana, Maria e Anastásia. 





Diante desse lindo quarteto de lindas meninas, Alexandra sempre quis ter um filho herdeiro. E anos mais tarde, finalmente seu desejo foi atendido. 

Quando descobriu que estava grávida a czarina nutriu toda a gestação que nascesse um filho varão para o seu amado. Assim que nasceu, Nicolau ficou tão feliz que o nomeou com o nome masculino de sua esposa: Alexei Romanov.




Os primeiros anos de vida de Alexei não foram perfeitos. O garotinho sofria de uma terrível doença para a época considerada incurável: hemofilia.

Desesperado, Nicolau ordenou seus empregados que localizasse alguém capaz de curar seu filho imediatamente e a recompensa seria redobrada se livrasse o seu herdeiro da morte.

Não demorou muito para a fama de um monge sobrenatural chegasse aos ouvidos do czar. Ele tinha fama de curar e conseguir tudo o que o cliente mais desejava na vida. 

Em troca de dinheiro e favores, o tal monge percorreu todo o país até chegar ao palácio real.

Sem mencionar uma só palavra, o casal real o conduziu até o aposento do príncipe adoecido e garantiu ao casal que o garoto estaria automaticamente curado. 

Ele proferiu alguns dialetos incompreensíveis e ao terminar, ordenou que o garoto levantasse da cama.

O garoto não somente levantou da cama como também caminhou em direção ao monge. Os pais do garoto perceberam que as manchas e feridas por todo o corpo despareceram. 

Esse monge que curou o príncipe Alexei Romanov é nada mais, nada menos que Gregoriy Yefimovich  Raputin (1869 - 1916).







Além de ter proporcionado a cura do garoto, lhe foi concedido mais soberania e poder durante o governo de Nicolau II.

Com o passar dos meses, uma onda de intriga assolou o palácio real. Segundo boatos advindos de membros fiéis da corte, Rasputin estava tendo um caso amoroso com a czarina. 

Quando esse boato chegou aos ouvidos do czar, ele não pensou duas vezes em expulsá-lo do palácio e ordenou que o monge fosse morto.

Mas antes de sair do palácio, ele se dirigiu ao czar proferindo a seguinte frase: "Se eu vier a ser morto por um Romanov, a família inteira cairá em total desgraça".

Resultado: Rasputin foi morto pelo príncipe Felix Yusupov, advindo dos Romanov, em 1916. Durante a Revolução Russa, Nicolau II e sua família foi obrigada a deixar o palácio real e ficaram presos exilados no norte do país no mesmo ano. E em 1918, Nicolau II, incluindo sua esposa e os cinco filhos do casal real foram fuzilados.


HENRIQUE VIII -  INGLATERRA:








Não basta somente ser herdeiro legítimo. Tem que gerar um legítimo.

E a maldição atingiu esse renomado rei do trono britânico e não poupou sangue derramado.

Logo após assumir o trono, o rei ficou cercado de inimigos, traidores e intrigas encravadas em cada cômodo do palácio real.

Um dos seus prisioneiros que acabou sendo executado dias depois de sua prisão, lhe rogou uma maldição notória.

Quando ainda estava preso na Torre de Londres, ele proferiu a seguinte frase: "Esse rei não será capaz de governar a Inglaterra assim como gerar filhos homens".


Resultado: o rei casou por seis vezes e teve duas filhas: Maria Tudor com Catarina de Aragão e Elizabeth com Ana Bolena. 

Logo após a execução de Ana Bolena, Henrique casou com Joana Seymour que lhe deu finalmente um filho herdeiro: Eduardo VI.


MALDIÇÃO DOS BRAGANÇAS - PORTUGAL E BRASIL:



Se vocês pensaram que a família real portuguesa que chegou ao Brasil em 1808, incluindo D. Pedro I como primeiro imperador do país logo após a Independência, estavam ilesos da maldição, enganaram-se.

Tudo começou com o rei D. João IV que estava saindo com sua comitiva do seu palácio para honrar seus compromissos sociais e políticos quando foi interrompido por um pobre frade franciscano.

Ele somente queria um prato de comida e um copo de água, pois estava fazendo votos de pobreza. E como reposta, o rei negou a caridade e ordenou que este se retirasse do local e que não retornasse mais ali. 

O frade insistiu ao rei que enfurecido agrediu violentamente o frade que mesmo caído ao chão, proferiu as seguintes palavras ao rei: " Jamais um primogênito dos Bragança viverá o bastante até chegar ao trono".

Resultado: Confira agora a trajetória maldita dos Bragança após a profecia do frade.

D. Teodósio (1634 - 1653) - primogênito de D, João IV morreu aos dezenove anos e deixou a coroa para o seu irmão D. Afonso VI, sem deixar descendentes diretos e por fim a coroa foi parar nas mãos do irmão caçula D. Pedro II de Portugal;

D. João (1688) - primeiro príncipe com esse nome, primogênito de D. Pedro II morreu abrindo caminho ao seu irmão D, João V ;

D. Pedro (1712 - 1714) o primeiro varão de D. João V, irmão mais velho de D. José morreu aos dois anos de idade. A coroa foi transferida automaticamente para D. José que por sua vez gerou somente filhas e a coroa foi parar nas mãos de Maria I.

D. José (1761 - 1788) - primogênito de Maria I e do rei  D. Pedro III, após sua morte a coroa ficou com D. João VI;

D. Francisco Antonio ( 1795 - 1801) - primogênito de D. João VI, morreu aos seis anos de idade, transferindo a coroa para D. Pedro IV.

D, Miguel (1820) - primogênito de D. Pedro IV, morreu abrindo caminho para D. Maria II e ao trono de Pedro Alcantara ao trono brasileiro.

D. Luis Felipe de Bragança (1897 - 1908) - primogênito do rei Carlos I, morreu assassinado juntamente com o seu pai em fevereiro de 1908. Esse crime precipitou a queda da monarquia portuguesa em 5 de outubro de 1910.

A monarquia de D. João VI atravessou o Atlântico e levou consigo o poder da maldição:

D. Miguel (1820) - abriu caminho dando a coroa para D. Maria da Glória em Portugal e D.Pedro II no Brasil;

D. Afonso Pedro (1845-1847) - abriu caminho para sua irmã princesa D. Isabel.

Dizem as más línguas que o fracasso da Monarquia Brasileira foi justamente na falta de herdeiros varões para a Coroa.

Nem os relacionamentos extraconjugais de D. Pedro I escaparam do poder da maldição:

O primeiro filho do monarca com a Marquesa de Santos Thierry, morreu antes de completar um ano de idade.

O filho com a uruguaia Maria del Carmem, morreu logo após ao nascimento.

A filha de D.Pedro com Amélia, Maria Amélia morreu aos vinte anos de idade quando esta estava de casamento marcado com Maximiliano do México.

A princesa Isabel perdeu sua primeira filha: D. Luisa Vitória em 1874.



A COROA DA MORTE:



Ela não poderia estar de fora de nossa lista maldita, mas há quem concorde ou discorde.

Muitos anos antes dela existir, duas famílias nobres e distintas sempre disputaram a Coroa britânica: os Tudor e os Stuart. Quando eclodiu as Guerras no reino, o vencedor queria não somente a maior parte do bolo como o bolo todo propriamente dito, deixando somente farelos e um pedaço de consolação à parte derrotada da vez.

Estamos nos referindo aos Tudor que sempre vencia batalhas e disputas e sempre teve prestígio do que os Stuart. Tudor sempre assumiu a Coroa britânica, deixando a Escócia e Irlanda no controle dos Stuart. Mas quem dava a última palavra era os Tudor.

A partir desse momento, surgiu a "maldição" rogada pelos Stuart contra os Tudor quando surgiu o boato de que a Inglaterra queria anexar a Escócia em seu reino.

Denota-se que nenhum rei e rainha puderam dizer para si mesmos que viveram "felizes para sempre" que era tudo mentira.






Maria Stuart, conhecida como Maria da Escócia, era prima de Elizabeth I,  filha de Ana Bolena e Henrique VIII e Maria Tudor filha de Catarina de Aragão e Henrique VIII.

Maria Stuart não teve uma vida digna de princesa e rainha como sempre sonhou em ter.

Tudo o que ocorreu em sua vida, sempre alegaram que era obra da maldição advinda dos Tudor e vice-versa.

Seu pai morreu quando ela tinha apenas seis meses de vida, acabou sendo criada pela família materna na França. Até atingir a idade para assumir a Coroa, o poder ficou nas mãos de regentes.

Aos 15 anos casou-se com Francisco II, rei consorte da França. O seu casamento durou apenas um ano quando seu marido faleceu. Retornou para a Escócia de casamento marcado com seu primo Henrique Stuart, Lorde Danrlei.

Seu casamento durou seis anos quando o casal sofreu um atentado no qual ela perdeu o castelo. 





Jaime Hepburn foi acusado de ser o autor do ataque porém escapou das acusações por falta de provas com o apoio de Elizabeth I, prima da rainha escocesa.







Esse apoio não foi dado de graça e tinha um preço a pagar por isso: a abdicação de Maria Stuart do reino escocês.

Ela não poderia imaginar que o casamento dela com Jaime Hepburn era uma armadilha elaborada por Elizabeth I. Desse casamento nasceu um filho.

Meses depois do nascimento do filho, Maria Stuart foi afastada do trono e presa no castelo de Lochleven e quando houve a oportunidade, fugiu para a Inglaterra onde procurou sua prima Elizabeth I para pedir auxílio. 

Sua prima já lhe aguardava e armou o tiro de misericórdia: deu abrigou a Maria Stuart  dando -lhe um chá de cadeira, transferindo-a de castelo em castelo para ganhar tempo na sua estratégia.

Após 18 anos de exílio na Inglaterra, Maria Stuart foi acusada de planejar a morte da rainha Elizabeth e diante disso, foi julgada e condenada a morte por decapitação em 1587.


DA HISTÓRIA PARA A FICÇÃO:


Para quem tiver interesse em saber com mais riqueza de detalhes essa trajetória da rainha sofrida da vez, um seriado não perdeu a oportunidade em homenageá-la.





Contando com elenco de ponta, imagem e roteiro de primeiríssima qualidade, não deixa a desejar para quem assistiu Tudors.

Quem ainda não viu, vale a pena conferir...



MARCADA PARA MORRER:







A realeza de fato provou o sabor amargo e sentiu na pele o peso da coroa maldita.

Isabel da Baviera nasceu em 1837 em Munique, Alemanha. A princípio ela não teve do que reclamar pois viveu rodeada de mimos e zelo.

Mas quando atingiu a juventude tudo em sua vida começou a mudar mas para ela, começaria mudar para melhor. Será?

Sua tia, irmã de seu pai, resolveu levar as duas lindas moças, filhas do rei para viajarem com ela para a Áustria onde firmaria um compromisso importante: o casamento de Ludovica, irmã mais velha de Isabel.

Porém, ao chegarem no palácio real o encontro surtiu efeito contrário. O príncipe austríaco caiu de amores por Isabel, ignorando Ludovica completamente.

Os dois em curto espaço de tempo, começaram a namorar e marcaram a data do casamento.













Começaria desde então um verdadeiro conto de fadas, certo? Errado.

A mãe de Francisco José nunca aprovou a união de ambos, pois ela sempre desejou que seu filho se casasse com Ludovica.

Por esse motivo, ela passou a fazer campanhas na corte contra Isabel, principalmente boicotá-la dos círculos sociais.

Ela sempre deixou claro que a moça não era bem vinda no castelo por não ser mulher adequada para ser rainha e mãe de seus netos.

Quando os filhos do casal real nasceram, Isabel ficou proibida de ter contato com as crianças, automaticamente as crianças ficaram sob os cuidados da avó.





Quando Francisco José I foi coroado, ela tinha esperanças de que o convívio no castelo fosse abrandado, mas denota-se que o efeito foi contrário. O rei postou de forma distante das artimanhas de sua mãe para com a rainha.

Sissi como era conhecida por todos que a admiravam, ela realmente linda por fora e caridosa. Porém por dentro, nutria amargura e tamanha tristeza por estar longe dos cuidados maternais com os filhos.

Para fugir do ambiente pesado e infernal em sua vida, ela gostava muito das festas, sarais e bailes onde se divertia isolada de todos e também gostava de viajar sozinha ou acompanhada de seu marido aos compromissos políticos e sociais.

Em setembro de 1898, a rainha Isabel planejou uma viagem ao seu lugar favorito: Genebra, Suíça.  Queria muito relaxar, passar uns dias lendo livros, passear e apreciar a paisagem digna de uma pintura de quadros e principalmente fugir dos problemas que sempre atrapalharam sua vida.

Ao chegar no destino, foi muito bem instalada na suíte real e ela não tinha do que se queixar, pois foi tudo providenciado por seu marido para que ela possa passar os seus dias tranquila e retornar animada.

Seu marido sempre ocupado em seus compromissos reais e seus filhos atingindo a juventude se preparando para assumir o lugar de seu pai. Ela poderia retornar um dia para Áustria para futuras festas e projetos como rainha.

No dia 10 de setembro, sua viagem foi interrompida de forma trágica.

Um anarquista italiano cruzou seu caminho e gostava de se divertir de forma nada convencional: matar celebridades.

Ele queria matar o príncipe de Orleans, mas ele retornou para França na noite anterior. Ele com muita raiva, soube que a rainha da Áustria estava de passagem na cidade e isso o deixou animado.

Por dias passou a seguí-la por todos os lugares onde ela costumava ir, anotando todos os detalhes para o ataque fatal.

Nesse dia, não foi diferente. Isabel estava linda e radiante como sempre caminhando na calçada acompanhada de homens de sua confiança e uma dama de companhia. 






Ela estava a caminho do porto onde iria dar uma volta de barco para apreciar a paisagem e arejar sua mente quando foi abordada por Luigi Lucheni que lhe deu um golpe de punhal agulha na altura do coração.

A rainha caiu e se levantou em seguida e caminhou até o barco. Assim que zarpou, ela desmaiou no colo de sua dama de companhia. Ela e os demais passageiros gritaram por socorro.

Os funcionários pediram ao marinheiro que retornasse ao porto pois a rainha estava gravemente ferida no peito.

Assim que desembarcaram era tarde demais: a rainha chegou morta ao hospital. Seu corpo foi levado para Viena onde foi velado e sepultado.







Após o sepultamento, foi erguido um busto em sua homenagem:








DA HISTÓRIA PARA A FICÇÃO:







Sua triste história de vida inspirou a sétima arte. 

O filme Sissi, lançado em 1955, com direção de Ernest Marischka,  relatou com maestria os fatos marcantes de sua vida não deixando no esquecimento essa rainha tão admirada por todos, exceto algumas pessoas da corte...

Contando com elenco de peso a produção belíssima não ficou a desejar no quesito figurino, enredo, trilha sonora. 

Por curiosidade, a trama é em alemão. E por falar em elenco, a protagonista da trama tinha 17 anos a mesma idade que a imperatriz se casou na época e ainda tem na vida real mãe e filhas contracenando: a imperatriz Sissi e Ludovika que era a irmã mais velha. 

Outra curiosidade: meses antes da imperatriz ser assassinada, ela perdeu seu primogênito num episódio denominado de Incidente de Mayerling que diz as más linguas foi obra do imperador Francisco José I que era contra o relacionamento extraconjugal de Rodolfo com uma garota de 17 anos, que foram mortos em circunstâncias misteriosas. Para maior detalhe, abordaremos melhor o ocorrido nas próximas postagens.

Para quem ainda não viu essa película, vale a pena conferir...

Esse foi um breve relato do poder maligno da coroa de quem as sustenta ao sentar-se no trono. 

Até mais...










































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